Por Alessandra Costa*
Quem nunca passou pelas redes sociais, viu alguma situação crítica envolvendo marcas, pessoas ou políticos e pensou: “essa situação poderia ter sido evitada”? Poderia ter sido evitada, sim, mas como já aconteceu, o objetivo a partir de agora é minimizar os efeitos dessa crise e cabe ao assessor de imprensa e um comitê gestor de crise mitigar os danos causados.
Para que um gerenciamento de crise seja bem feito, é preciso de uma equipe multidisciplinar, contendo assessoria de imprensa, jurídica e institucional, além de outros profissionais que vão auxiliar um porta-voz da empresa ou determinado artista, político, etc. Esses profissionais precisam “dar o tom” do discurso a ser utilizado por quem vai falar em nome do assessorado.
Além disso, é preciso que algumas atitudes sejam tomadas e a principal delas é antecipar uma crise. Existem mecanismos que ajudam a prever situações que podem expor a imagem de um cliente e um bom assessor consegue antevê-las e se precaver sobre essa possível adversidade. Acompanhar noticiários em tempo real é uma das melhores estratégias para antecipar uma crise e evitá-la.
Quando a crise já estourou, é preciso ter uma panorama rápido de tudo que está acontecendo, quando e onde começou, e o porquê. Essa atitude vai fazer com que o assessor consiga pensar melhor na estratégia de respostas à mídia e ao seu público. O assessor também precisa estar atento às redes sociais e lembrar que imprevistos podem acontecer a qualquer momento, mas é preciso estar preparado para isso.
Atualmente, não existe jornalismo sem redes sociais, então, é preciso que o assessor fique antenado em tudo que acontece no meio digital, levando em consideração a velocidade que as informações são divulgadas e fazer um clipping do cliente é de suma importância, para saber como atenuar os efeitos de determinada crise. Utilize as redes para divulgar sua estratégia de defesa.
Não bastando o monitoramento das redes sociais, é preciso que os veículos tradicionais também sejam monitorados. Rádios, TVs, jornais, revistas são formadores de opinião com credibilidade e lembrem-se sempre de contar com eles na sua estratégia de gestão de crise da imagem do seu cliente.
Outro ponto de grande importância para a gestão de crise é a transparência. Se seu cliente já está em um momento delicado, omitir informações ou mentir para “diminuir” a crise, pode só atrapalhar ainda mais o processo de gestão. A frase “mentira tem perna curta” faz total sentido na gestão de uma crise. Com as potencialidades da internet, é mais fácil checar fatos e, com isso, perder o resto de credibilidade que o assessorado tinha.
O pós-crise é extremamente necessário, para avaliar os motivos que levaram o cliente a entrar nesse momento e traçar estratégias para o futuro da empresa, político ou artista, por exemplo. Um dos principais passos é não voltar no assunto, relembrar não faz bem para a imagem do assessorado. E muito cuidado para não sair de uma crise e entrar em outra por conta de uma estratégia equivocada.
Por isso é importante uma equipe multidisciplinar, com profissionais de várias áreas, pensando em um contexto mais amplo e buscando colocar o nome do assessorado novamente entre os mais citados, mas dessa vez fora de uma crise.
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*Alessandra Costa é assessora de imprensa com 17 anos de experiência e mais de 300 projetos numa carreira diversificada e em potencial expansão. Atualmente, atende contas como o Encontro do Cinema Negro Zózimo Bulbul, Cia de Teatro Epigenia, agência de marketing político Baselab, e a vereadora licenciada Tainá de Paula, atual secretária de Meio Ambiente e Clima do município do Rio de Janeiro.
Ela é uma das referências na divulgação de projetos ligados à cultura negra, ás lutas de combate ao racismo e às desigualdades, à promoção de oportunidades e conquista de espaços para artistas negros – atores, escritores, diretores, cineastas, artistas plásticos –; e a lideranças negras – tanto em suas comunidades, na política e na economia (Black Money).