O bolsonarismo se alimenta de polêmicas. Não se passa um único dia sem que algo aparentemente – e apenas aparentemente – sem sentido surja e nos faça gastar energia criticando.
Então, vão aí algumas ideias de como responder e encaminhar as polêmicas sem fortalecer o movimento da extrema-direita no Brasil.
1. Evite compartilhar mensagens deles
Quanto mais engajamento no Twitter, Facebook e Instagram, mais o algoritmo entende que a conta compartilhada é relevante. E, por isso, passa a priorizar as mensagens escritas por tal conta. Quando for reclamar de alguma mensagem fraudulenta, prefira um print e explique o porquê daquilo ali não ser verdade. Procure não engajar as contas especializadas em mentiras.
2. Se for compartilhar, explique o motivo da mensagem ser falsa
Neste sentido, a imprensa tem um papel fundamental para frear essas “verdades alternativas”. Vale dar uma olhada em sites como o Aos Fatos e Agência Lupa, que costumam desmentir as fake news. Este fio no Twitter tem alguns exemplos relevantes.
3. Demonstre as contradições
Apesar de Bolsonaro, agora temos vacinas. E não por mérito dele, mas por conta de pressões políticas que tornaram a vacinação (ainda que aquém do desejado) uma realidade. A narrativa é que existe uma “vacina brasileira”, que o Ministério da Saúde nunca indicou o tal do “tratamento precoce” e que Bolsonaro foi essencial para negociar os imunizantes. Identificar tais contradições pode ser um caminho muito interessante para quem hoje é oposição do governo. Quer um exemplo? Pega aqui este fio.
A vereadora carioca Tainá de Paula (PT), que tive o privilégio em colaborar com a campanha e mandato, é outro bom exemplo de quem constantemente explica para seus seguidores as mentira do presidente. Saca só a publicação completa aqui.
4. Tente identificar cortinas de fumaça
Nem tudo o que o presidente fala é relevante. Pois é, falei sobre essa contradição em um artigo publicado anteriormente sobre as estratégias do bolsonarismo. Eles são ótimos em criar factoides para esconder assuntos realmente relevantes e que possam, de alguma forma, os atingir. Enquanto falamos sobre a compra de vacinas pelo setor privado e dúvidas sobre o gasto público, eles falam em colocar “leite condensado no rabo da imprensa”. É claro que afirmações como esta incomodam, mas elas têm um objetivo muito claro: pulverizar o debate para tópicos que não levam a nada. Identificar a estratégia de diluir o debate é importante, sobretudo para lideranças políticas que são também formadoras de opinião.
5. Não apele para o “eu avisei”
Sim, Bolsonaro sempre se colocou como uma figura agressiva e com discurso contra direitos humanos. Apontar isso, neste momento, pode soar agressivo e prepotente, tendo em vista que muitos brasileiros estão revendo sua posição sobre o governo. Apostar no diálogo e acolher quem notou só agora o desastre de ter eleito Bolsonaro pode ser bom estrategicamente.
E você, tem mais alguma dica sobre como lidar com tanta “narrativa” vindo do governo?