Atualizado: 23 de jan. de 2020
Em 2016, o Brasil elegeu menos de 12% de prefeitas e vereadoras. O machismo nos espaços de poder é consolidado de muitas formas, mas a falta de representatividade feminina talvez seja a que melhor perpetue os ambientes excludentes. Antes de abandonar seu desejo de ser candidata, por conta da conjuntura ou do histórico da sua cidade, conheça a história real (e inspiradora) da primeira prefeita do Brasil e da América Latina.
A primeira prefeita da América Latina só teve votos de homens. Isso porque mulheres ainda não podiam votar. Luzia Alzira Teixeira Soriano foi eleita prefeita de Lajes, cidade do interior do Rio Grande do Norte, com 60% dos votos em 1928, dois anos antes das mulheres conquistarem o direito ao voto. Alzira era viúva, mãe de 3 filhas e administradora da fazenda que herdou do marido.
“Determinaram os acontecimentos sociais do nosso querido Rio Grande do Norte na sua constante evolução da democracia, que a mulher, esta doce colaboradora do lar, se voltasse também para colaborar com outra feição na sua obra político-administrativa”, essas foram as primeiras palavras de Alzira na posse.
Foi no Rio Grande do Norte que o movimento feminista brasileiro teve suas primeiras vitórias, fortalecido pelas conquistas europeias, o Sufrágio Feminista. Além da prefeita, o estado também teve a primeira eleitora, Celina Guimarães Viana, que conseguiu o direito ao voto através de uma petição, e a primeira Deputada Estadual do país, Maria do Céu Fernandes.
Alzira, Celina, Maria do Céu e Bertha Lutz, líder desse importante movimento dos anos de 1920, não se intimidaram por um país sem participação das mulheres na política. E você, candidata, está preparada?
Débora Almeida, é jornalista especializada em marketing.